domingo, 27 de setembro de 2009

ESC - Embedded Systems Conference - Dia 3

Esse dia foi cheio de boas palestras!

Comecei o dia numa palestra sobre como ligar células de carga a ADC de forma a ter a melhor precisão possível, a tarefa de passar esse conteúdo foi de Bonnie Baker, funcionária da Texas Instruments, uma ótima palestrante que se diga de passagem.Células de carga são muito utilizadas em balanças eletrônica e o grande desafio nela e medir valores muito pequenos de tensão da ordem de até picovolts. Ela chegou numa das conclusão interessante que ela mesmo disse que não tinha uma explicação do porquê. Segundo ela para este tipo de aplicação é melhor utilizar um ADC com um PGA interno(Programable Gain Amplifier) do que utilizar um amplificador de instrumentação externo de alta precisão e com ótima figura de ruído. Ela testou em laboratório as duas abordagens e descobriu que utilizar um amplificador externo insere mais ruído no sinal e prejudica a resolução final do ADC. Um dos motivos que ela apontou que pode explicar isso é o fato que um aplificador externo necessita de trilhas para se conectar ao ADC o que para tensões muito baixas como pico volts podem ser visto como um acoplamento térmico, ou seja, quando alguém entra no laboratório vc consegue ver o display da balança mudar indicando que a temperatura do ambiente aumento alguns décimos de graus.. Mais informações sobre essa palestra podem ser obtidas em http://esc-boston.techinsightsevents.com/conference_proceedings procure por Baker.

Na segunda palestra tratou-se dos erros comuns de hardwares em sistemas embarcados. Eu fui para a palestra esperando que falassem sobre erros de layout e coisas desse gênero mas a discussão foi muito mais profunda. O palestrante começou dizendo que não tinha formação em elétrica, e apesar de não dizer a sua formação eu suspeito que seja na área de mecânica. Um ponto marcante foi sobre a degradação dos componentes eletrônicos que muita gente não se dá conta que existe. Muitos componentes não falam no datasheet mas se vc injetar correntes ou tensões próximos do seu máximo ele pode falhar muito rapidamente e outras pessoas utilizam algumas regrinhas tipo usar o componente na metade dos valores máximos possíveis e acabam tendo um projeto com custo maior. Falou sobre como os capacitores cerâmicos se degradam, sobre os problemas com resistores de thin film com surtos de tensão que podem criar ponto quentes imperceptíveis e muitas outros detalhes que daria para criar um cargo de engenheiro de confiabilidade para essa área. Ele ficou de mandar o pps por e-mail vou tentar disponibilizar aqui assim que o tiver.

Outra palestra muito interessante na minha opinião foi sobre projeto de FPGA por Modelamento. Ou seja, vc modela a parte que te interessa do sistema, toda no Matlab ou outro similar, faz com que o mesmo gere o código VHDL ou usa um programa externo que gere. A proposta é bem interessante porque cria um nível ainda maior de abordagem nos sistemas embarcados. A apresentação e o artigo sobre isso estão disponíveis em:

http://esc-boston.techinsightsevents.com/conference_proceedings procure por Fulks.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ESC - Embedded Systems Conference - Dia 2



O dia começou com uma palestra sobre USB para sistemas embarcados, conduzida por Christian Legare, do Canadá, apesar de eu já ter ido em uma palestra semelhante no seminário Master's da Microchip ano passado, por falta de outras melhores opções acabei assistindo-a. E não me arrependi porque USB já virou um padrão e nunca é demais aprofundar nesse assunto além disso Legare soube abordar bem o assunto com muita didática. Depois disso foi hora de todos ouvirem as palestras dos keynotes, que são convidados especiais ou patrocinadores do evento. Por falar nisso esqueci de comentar sobre as palestras dos keynotes do Dia 1. Então voltando atrás, o primeiro a falar foi Robert Brunner, que pasmem é um designer, não é engenheiro, e na mesma hora pensei, quem foi o louco que colocou um cara fora da área de engenharia para abrir o keynote do evento. Mas eu caí do cavalo. Brunner trabalhou na Apple fazendo design de produtos e mostrou como tornar produtos de engenharia e objetos de desejo para o consumidor. Ele mostrou uma nova linha de produtos que utilizam energia solar que possuem um design inovador e que achei muito interessante. Um deles era um estação de som para IPOD que vc pode grudar na janela para ser recarregada por energia solar. A outra era uma luminária de cama a LED que possui uma placa fotovoltaica para ser ernergizada o interessante é que o design do produto é tão bem feito que nem lembra aquelas placas fotovoltaicas que logo vem na nossa cabeça quando pensamos nesse assunto. Infelizmente não tenho passar o link desses produtos pois como ele mesmo disse ainda não foram lançados mas deixo o link para a página da empresa dele que mostra os design feitos. (http://ammunitiongroup.com/). O segundo keynote do Dia 1 foi um dos patrocinadores do evento, ou seja, da Microsoft, que ficou totalmente ofuscado depois da palestra brilhante do primeiro. E para piorar quando foram demonstrar o Windows novo com interface de toque o sistema travou e não respondia aos comandos do apresentador, que vergonha!


Bom voltado ao segundo dia, que é o assunto deste post, os keynotes foram T. J. Rodgers, presidente da Cypress e G. Hawk, vice presidente da Numonyx( empresa nova que nada mais é que uma junção das departamentos de mem. flash da Intel e ST). Rodgers mostrou como estava utilizando os PSOC's da Cypress para controlar a temperatura dos vinhedos de uma outra empresa dele que fabrica vinhos. Basicamente a Cypress lançou duas novas famílias de PSOC's que usam um 8051 como core em uma e na outra um ARM Cortex M3, além de acrescentarem a possibilidade de se programar periféricos mais refinados como ADC de 12 bits... Já na palestra do Hawk ele falou sobre um novo avanço nas memórias que chama Phase Change Memory, que não precisa ser apagada, ou seja, se vc quer mudar um bit nela vc pode, sem perder o tempo de ficar apagando um grande bloco de memória...no site www.numonyx.com/ existem mais informações para quem ficou curioso..




Depois disso foi a hora de participar do evento mais disputado o Teardown, nesse dia escolhereram o pico projector da Optoma(http://www.optoma.com.br/)que é um projetor multímidia portátil que utiliza a tecnologia DLP da Texas Intruments. http://pt.wikipedia.org/wiki/DLP e http://www.dlp.com/ .

Depois disso assisti mais uma palestra com Rob Oshana, agora sobre como otimizar códigos de DSP, foi bem interessante, infelizmente não está disponível no site está palestra e espero que coloquem em breve, pois as dicas que ele deu foram muito interessantes...
Vc sabe o que é SMP e AMP? Pois é ao final aprendi um pouco sobre arquitetura multicores com David Kalinsky, que é um excelente palestrante que tem muita didática, bom não era por menos que ele só trabalha dando cursos e treinamentos para as empresas.. Os materias dele pode ser obtidos no:

http://esc-boston.techinsightsevents.com/conference_proceedings

A propósito SMP é Symmetric Multi-Processing e AMP Asymmetric Multi-Processing.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

ESC - Embedded Systems Conference - Dia 1




Meu dia iniciou com o pé direito na palestra de Jack Ganssle, já que ele dispensa apresentações(http://www.ganssle.com/). O título era "Learning from disaster", onde ele mostra vários casos famosos de falhas em projetos de sistemas embarcados e quais os erros cometidos, a conclusão parece óbvia mas mesmo assim muita gente que trabalha nessa área ignora-as. Inspeção de código, testes o que for usar e somente usar o que foi testado, usar controle de versão e que não adianta fazer os engenheiros trabalhar além do limite para tentar manter o cronograma.


Outra sessão que faz muito sucesso é a de Live Teardown, trata-se de desmontar um equipamento ao vivo e analisar o projeto, quais os circuitos integrados utiilizados e outros detalhes curiosos. Nesse dia eles fizeram o "teardown" do "bionx"http://www.bionx.ca/ que é produto bem interessante e inovador. Basicamente é um kit para se instalar em qquer bicicleta que digamos te ajuda a pedalar com o auxílio de um motor, assim vc consegue atingir com facilidade velocidades de até 30 Km/h se fazer muito esforço.
Depois assisti uma palestra de Robert Oshana, sobre Projeto de Sistemas Embarcados com DSP. Ele tem um pouco de fama por ter escrito algum livros ne área( se vc procurar na amazon pelo nome dele irá encontrar seus livros..) mas infelizmente apesar de ter uma bagagem muito boa ele fala muito rápido(mesmo pros americanos) e fica difícil de absorver tanta informação, além de faltar um pouco de didática, mas valeu por algumas dicas que ele deu.
Ao final fui uma palestra que achei que seria interessante sobre como realizar a integração de sistemas embarcados com múltiplos cores, mas fiquei boiando a palestra inteira. Cheguei a pensar se era porque eu não conhecia muito sobre o assunto, ou porque cheguei meio atrasado, mas quando sai no corredor uma pessoa que tb estava na sessão perguntou se eu tinha entendido alguma coisa e falei que não e ele disse que tb não conseguiu entender nem sobre o que o cara estava falando..o que me deixou aliviado, pelo menos não fui o único ... a lição que fica é": procure sempre ir nas palestras dos "caras" famosos...
Pra quem ficou curioso as apresentações das palestras e alguns artigos estão disponíveis, não sei até quando, no : http://esc-boston.techinsightsevents.com/conference_proceedings

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Lâmpada a LED's no lugar da Fluorescente?


Num post anterior falei sobre o problema da eficiência dos leds de alto brilho. Mas fica a pergunta será que os Led's com a eficiência óptica atual já podem substituir uma lâmpada fluorescente com custo semelhante? A resposta mais provável é que não. Não há dúvida que os LED's podem substituir uma lâmpada incandescente pois em termos de eficiência óptica esses tipos de lâmpadas esquentam mais do que produzem luz... Porém as fluorescentes chegam bem nos 100 lumen/watts e tem custo muito baixo principalmente os modelos tubulares T8 e T12 e se for utilizado uma luminária que possua um refletor de alumínio bem eficiente a parte da luz que iria para o teto é refletida para baixo...
Hoje para fazer uma lâmpada a LED tubular com custo competitivo precisaria utilizar LED's brancos discretos de 5mm de alto brilho, pois são o de mais baixo custo... O problema é que devido a baixa eficiência desse tipo de LED(existem encapsulamentos SMD mais eficientes porém bem mais caros) o resultado final seria uma lâmpada tubular com metade da intensidade luminosa de uma lâmpada fluorescente equivalente.
Como o departamento de energia dos EUA está sempre na frente, eles já testaram alguns modelos de lâmpadas a LED T8 e T12 e compararam com as fluorescentes tradicionais, vale a pena conferir o relatório deles.. segue o link abaixo:
http://apps1.eere.energy.gov/buildings/publications/pdfs/ssl/troffer_benchmark_01-09.pdf